Gramado (RS) – O câncer de mama leva a 18 mil mortes por ano no Brasil.
Embora muitos tumores surjam a partir do descompasso dos hormônios femininos ou pelo envelhecimento, os oncologistas alertam que, em ao menos 20% dos casos, o aparecimento da doença está associado a fatores evitáveis.
De acordo com o oncologista Carlos Barrios, criador do Congresso de Câncer de Mama que aconteceu no mês de agosto em Gramado, ao menos 25% dos casos que ele atende têm fatores comportamentais.
Uma em cada cinco pacientes com câncer de mama é obesa, por exemplo.
Já o alcoolismo está associado a de 8 a 10% dos casos relatados no país, a mesma quantidade de pessoas que têm a doença por fatores hereditários.
Barrios alerta que tanto o aumento de peso como o consumo de álcool têm crescido entre as mulheres nos últimos anos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), ao menos 17% dos casos de câncer de mama poderiam ser evitados com a adoção de comportamentos preventivos, como:
Praticar atividade física;
Manter o peso corporal adequado;
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Amamentar.
Driblando o risco de câncer de mama
Para a oncologista Solange Sanchez, coordenadora da equipe de mama do Hospital A.C.
Camargo e especialista em qualidade de vida no contexto do tratamento do câncer, a resposta da prevenção dos casos de câncer está justamente na promoção do bem-estar das mulheres.
Ela também usa como exemplo o tabagismo. Segundo a médica, dizer apenas “não fume” é pouco. “Temos que ser claros: o cigarro é um cancerígeno, ele altera o seu DNA, aumenta o risco de mutação e a chance do seu sistema de reparo consertar isso fica menor. Quando a gente adota esses comportamentos, estamos jogando gasolina no fogo — e só podemos fazer isso com informação”, esclarece a oncologista.
Fonte: Metrópoles