Como é possível fortalecer a Agricultura Familiar reduzindo o uso de agrotóxicos nas plantações? A pergunta motivou o desenvolvimento de um projeto em sala de aula, no Colégio Estadual Aldemiro Vilas Boas, no município de São Miguel das Matas (224 km de Salvador), localizado no Recôncavo Baiano. A iniciativa dos estudantes Leandro Andrade e Jade Sousa, do 3º ano do Ensino Médio, tem impactos tão positivos que será apresentada na 15ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), que acontece entre os dias 20 e 27 de março, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Ao todo, seis projetos de estudantes da rede estadual foram selecionados para o evento.
O projeto intitulado ‘O uso de agrotóxicos na Agricultura familiar miguelense’ ganhou apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). No desenvolvimento do projeto de pesquisa, os estudantes identificaram agrotóxicos usados no município e promoveram ações, dentro e fora da escola, voltadas para a conscientização dos agricultores sobre os riscos destes produtos para a saúde dos trabalhadores e dos consumidores e, também, sobre as implicações na contaminação do solo e da água. Leituras e discussões foram realizadas coletivamente, em reuniões semanais na escola. Também foram realizadas coletas de amostras do solo, para análises do pH em água e em solução de Cloreto de Potássio (Kcl).
Outra estratégia utilizada foram as oficinas com alunos filhos de agricultores familiares, que se tornaram agentes multiplicadores para a garantia da preservação ambiental e da conscientização acerca dos cuidados básicos com a saúde.
“Nossos estudantes que moram na zona rural, portanto, são um veículo de transmissor de toda informação apresentada no ambiente escolar, onde reflexões agroecológicas foram construídas. Através deles, cumprimos o maior objetivo do projeto, que foi conscientizar os agricultores que utilizam agrotóxicos, colaborando no fortalecimento da Agricultura Familiar no Território de Identidade do Vale do Jiquiriçá”, afirma o professor-orientador do projeto, Alaércio Peixoto.
“Nossos estudantes que moram na zona rural, portanto, são um veículo de transmissor de toda informação apresentada no ambiente escolar, onde reflexões agroecológicas foram construídas. Através deles, cumprimos o maior objetivo do projeto, que foi conscientizar os agricultores que utilizam agrotóxicos, colaborando no fortalecimento da Agricultura Familiar no Território de Identidade do Vale do Jiquiriçá”, afirma o professor-orientador do projeto, Alaércio Peixoto.
O estudante Leandro Andrade, 16 anos, destaca que o projeto tem um grande alcance social. “A distribuição de informações sobre os agrotóxicos é importante para o agricultor e, também, para os consumidores, como alerta à sua saúde por conta dos riscos de contaminação. Além disso, nota-se que os conhecimentos são de difícil acesso para muitos agricultores”, analisa Leandro, que fala da alegria em apresentar os resultados da pesquisa, desenvolvida no âmbito do projeto Ciência na Escola, da Secretaria da Educação do Estado, na FEBRACE. “Está sendo muito emocionante este momento que estou vivendo. A expectativa, a ansiedade e a esperança de conquistar uma posição de destaque no evento são grandes.
Mas, desde já, estou muito feliz por este reconhecimento”, comemora. O projeto ‘O uso de agrotóxicos na Agricultura familiar miguelense’ é um dos desdobramentos do plano de trabalho ‘Estudo Etnobotânico e Fitoquímico de Plantas do vale do Jiquiriçá: analisando a Influência dos agrotóxicos na química da planta’, do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC-EM), desenvolvido no Colégio Aldemiro Vilas Boas, em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB). ASCOM.