‘Era do controle total’
O editor-adjunto do Handelsblatt, Thomas Tuma, disse em seu editorial desta sexta-feira: “Pokémon Go é o ponto de partida para uma nova era de controle total.” Em apenas três semanas, 75 milhões de pessoas baixaram o aplicativo – “todas sem terem sido forçadas ou mostrado resistência”, disse Tuma. “Fisgados, porque é inicialmente gratuito, temos de pagar mais do que nunca com os nossos dados”, incluindo nossas listas de amigos, acrescentou Tuma. O jogo, lançado no Brasil na noite desta quarta-feira, envolve diversos problemas graves, alerta o editor, porque todos os “monstrinhos são os cavalos de Troia com os quais a indústria da internet abre o caminho para nossas cabeças e nossas carteiras”. “Nós, os usuários, estamos sendo explorados”, disse. “Os que estão sendo capturados somos nós mesmos.”
Campo fértil para criminosos
Na segunda-feira, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, ordenou que o departamento correcional proibisse que os cerca de três mil criminosos sexuais do estado usassem o Pokémon Go. Uma das ferramentas do jogo, que permite aos usuários colocar iscas para atrair jogadores a locais específicos, possui o potencial de ser usada por “predadores” em busca de crianças, afirmou Cuomo. Em seu site, a Niantic diz que os usuário não podem ter menos de 13 anos de idade para jogar seus jogos. Nos EUA, a mania Pokémon Go levou pessoas a andar em quintais, calçadas, cemitérios e até mesmo em estacionamentos policiais – sempre em busca dos monstros do famosos desenho animado Pokémon. Nos Emirados Árabes Unidos, há duas semanas, a autoridade de telecomunicações TRA alertou os usuários para não ativarem as câmeras de seus celulares em casa ou em outras áreas privadas. E na Austrália, a polícia comunicou que um casal foi ameaçado com uma arma num parque ao sul de Sydney.