O Hospital da Mulher, em Feira de Santana, suspendeu temporariamente a admissão de pacientes com gestação de alto risco (sujeitas a partos prematuros) devido à superlotação. O problema se agravou na unidade desde a tarde de quarta-feira e duas salas de pré-parto já foram transformadas em semi-UTI, para poder abrigar sete bebês que nasceram prematuramente.
A decisão de suspender as admissões partiu da Fundação Hospitalar, que administra os serviços. "Não temos como atender uma paciente com gravidez de risco, pois os bebês não vão ter uma vaga na UTI nem no berçário de médio risco. Estamos fazendo a avaliação das pacientes e encaminhando para outras unidades que possam atender, como o Hospital Geral Clériston Andrade", informou Gilberte Lucas, presidente da Fundação Hospitalar.
Segundo ela, problemas com lotação já vinham ocorrendo, mas desta vez superaram os limites, afetando o setor de partos de risco. A unidade tem oito leitos de UTI neonatal e sete de berçário de médio risco. "Mas estão lotados, ontem (quarta-feira) conseguimos transferir dois bebês do Centro Obstétrico para a UTI. Mesmo assim, hoje (quinta) tenho uma paciente parindo gêmeos prematuros. Se não encontramos vagas em outra unidade, teremos que colocar no pré-parto", acrescentou.
Conforme Gilberte, o que alivia a situação é o fato de a unidade ter equipamentos extras que podem ser usados em casos emergenciais. "Por isso, estes bebês estão no Centro Obstétrico porque transformamos o local de modo que eles tenham os mesmos cuidados que normalmente são oferecidos na UTI", destacou.
Só partos normais são feitos. Mesmo assim, a paciente só é admitida se estiver em trabalho de parto. Caso contrário, ela é avaliada por um obstetra e medicada.
A autônoma Evelin Daniele Sampaio, grávida do primeiro filho há 40 semanas e com fortes dores, procurou o Hospital da Mulher e após avaliação foi internada. "O médico informou que estou com quatro centímetros de dilatação. Por isso ficarei internada. Acredito que devo parir até a noite", contou.
Já a dona de casa Edneide Araújo da Paixão, 35 anos, grávida de 36 semanas de gêmeos e com gravidez de risco devido à hipertensão, teve que voltar para casa, pois não encontrou vaga. "Fui no Clériston Andrade e eles me mandaram para cá (Hospital da Mulher), que também não está atendendo. Vou para casa e volto amanhã", disse demonstrando preocupação.
Demanda
O Hospital da Mulher realiza uma média de 35 partos por dia, superando a média normal, que seria de 25 partos. A unidade conta com 90 leitos de enfermaria e atualmente, segundo Gilberte Lucas, 76% dos serviços são financiados com recursos próprios do município.
Além da demanda regional, o sistema de saúde de Feira é procurado por pacientes de áreas mais distantes, entre as quais Jacobina, Lençóis e cidades do Vale do Jiquiriçá. Para se ter uma ideia, dos atendimentos realizados aqui, 35% são de outros municípios, que são pactuados, e 5% de não pactuados", explicou a gestora Gilberte Lucas. Fonte: Atarde.