O Ministério da Educação (MEC) vai aplicar o Exame
Nacional de Diplomas Médicos (Revalida) para os estudantes dos cursos de
Medicina do Brasil. A informação foi confirmada pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável
pelo exame, nesta sexta-feira, 12.
A prova - obrigatória para os médicos formados no
exterior que querem atuar no País - será aplicada como um pré-teste para
alunos do sexto ano ainda em 2013. A ideia é verificar se o exame está
de acordo com a matriz curricular das faculdades brasileiras.
Criado em 2011, o Revalida teve índices de 90% e 91%
de reprovação nos dois últimos anos. Segundo informou a assessoria de
imprensa do Inep, a medida não tem o objetivo de avaliar a qualidade dos
futuros profissionais brasileiros.
Ainda não há informações sobre quantos alunos (e de
quais universidades) serão submetidos ao teste. A novidade foi
divulgada quatro dias depois de o governo federal anunciar o programa
“Mais Médicos”, com uma série de medidas para atender a demanda por
profissionais da área no Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre elas, a decisão de aumentar de seis para oito
anos o tempo de duração dos cursos de Medicina no Brasil e a importação
de médicos estrangeiros para atuação em cidades do interior e da
periferia, possivelmente sem a exigência de revalidação dos diplomas.
Principais alvos do governo, os médicos formados em
Portugal e Espanha têm bom desempenho no Revalida. Na prova de 2012, 37%
dos diplomas portugueses obtiveram a revalidação - o país é o primeiro
no ranking de aprovações. Em seguida, conseguiram mais aprovações os
formados na Venezuela (26%), Argentina (20%) e Espanha (19%).
Em relação à nacionalidade dos candidatos, os
venezuelanos, cubanos e argentinos têm as melhores classificações, com
27%, 25% e 20% de aprovação em 2012, respectivamente.
Os médicos brasileiros formados no exterior ficaram
em 6º lugar, com apenas 42 dos 560 inscritos aprovados no Revalida no
último ano - um índice de 7%. $Revalida$ O Revalida é anual e composto
por duas etapas, ambas eliminatórias.
Primeiro o candidato é submetido a uma prova
teórica e, posteriormente, uma avaliação prática das habilidades
clínicas do profissional. Os candidatos reprovados podem se inscrever
nos anos seguintes, sem número limite de tentativas.
De acordo com informações do Inep, os exames são
orientados por uma matriz de correspondência curricular, que estabelece a
avaliação de cinco grande áreas da atividade médica: cirurgia, medicina
da família e comunidade, pediatria, ginecologia-obstetrícia e clínica
médica.