Divulgadores da Telexfree, como são chamadas as pessoas que pagaram para entrar no negócio,
abriram ao menos 176 ações contra empresa, segundo levantamento feito
pelo iG
em 25 das 27 Unidades da Federação ao longo da última semana.
Nos processos, os divulgadores cobram R$ 2,8
milhões em investimentos feitos, lucros prometidos e não pagos e, em
muitos casos, indenizações por dano moral.
"Eu fui procurado por mais de 300 pessoas, que têm mais
de 1 mil contas na Telexfree", diz o advogado Rogério Cesar de Moura, de
São José dos Campos (SP), que já representa três clientes. Só para um
deles, pede R$ 312,9 mil.
As contas da Telexfree foram bloqueadas por decisão da 2ª Vara Cível de Rio Branco (AC) no dia 18 de junho
, a pedido do Ministério Público do Acre (MP-AC), que acusa a empresa de
ser a maior pirâmide financeira da História do País. Os representantes
negam irregularidades.
Desde então, os divulgadores estão impedidos de resgatar o
dinheiro que colocaram no negócio ou receber eventuais lucros. Os
representantes da empresa têm prometido que vão regularizar a situação,
mas já perderam sete recursos.
O número de processos contra a empresa
disparou. Dos 176 casos analisados, 155 chegaram às mãos dos juízes
depois do bloqueio das contas e desses, 63 nos últimos 11 dias.
A quantidade total de processos é pequena se
comparada ao número de pessoas na Telexfree. Segundo os responsáveis
pela empresa, a rede de divulgadores tem entre 450 mil e 600 mil pessoas
que pagaram, no mínimo US$ 299 para entrar no sistema.
As quantias pedidas também são tímidas: logo
que o bloqueio aconteceu, os sócios da empresa tentaram transferir R$
101 milhões para outras empresas do grupo. Não se sabe o total do valor
disponível nas contas da Telexfree e de seus sócios.
A maioria das ações (108) foi aberta no
Espírito Santo – onde está a sede da empresa – e em São Paulo. O Acre,
onde ocorre a mais importante batalha jurídica da empresa, tem apenas 17
dos casos analisados. Fonte: IG.