A invasão dos produtos importados fabricados em
países asiáticos fez com que a Vulcabras/Azaleia reestruturasse mais uma
vez suas operações na Bahia.
Esta semana, o grupo anunciou o fechamento
de 12 plantas industriais de suas 10 filiais localizadas nos municípios
de Caatiba, Firmino Alves, Itambé, Itapetinga (com exceção da matriz),
Itororó e Macarani.
A decisão, a segunda em menos de dois anos, vai
deixar cerca de quatro mil funcionários desempregados. Em nota, a
empresa informou que fez vários esforços em vão na tentativa de
preservar a sua competitividade. Mas, “os sucessivos e elevados
prejuízos financeiros, ocasionados pela excessiva entrada de produtos
importados a preços muito baixos”, falou mais alto.
O secretário da Indústria, Comércio e Mineração da
Bahia (SICM), James Correia, informou que representantes da
Vulcabras/Azaleia procuraram o governo estadual, na quinta-feira, para
informar sobre o encerramento das atividades no estado, alegando um
prejuízo de mais de R$ 1 bilhão em todo o grupo. “Segundo eles, se essa
atitude não fosse tomada, a empresa anunciaria uma falência em breve.
Essa concorrência é desleal”, disse.
Para o secretário, enquanto o governo federal não
estender a taxa antidumping para outros países asiáticos, o setor
calçadista terá dificuldades para sobreviver. Hoje, todo par de sapato
importado da China que entra no Brasil tem um custo adicional de US$
13,85 em imposto.
“O governo federal é ineficiente nas políticas de
combate à importação de calçados. Só os grandes setores, como o de
automóveis, recebem ajuda”, reclamou ele, complementando que, em 2011, o
grupo já tinha fechado seis fábricas na Bahia.