Depois dos operários do Maracanã manterem a paralisação das obras
na manhã desta sexta-feira, chegou a vez dos baianos ameaçarem fazer
greve na construção da Arena Fonte Nova, que também será uma das sedes
da Copa do Mundo de 2014. Descontentes com o valor da cesta básica de R$
130, os trabalhadores pedem um aumento de R$ 30 já para o próximo mês.
Segundo Adalberto Galvão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada da Bahia (Sintepav), uma nova assembleia está marcada para o início da semana.
Segundo Adalberto Galvão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada da Bahia (Sintepav), uma nova assembleia está marcada para o início da semana.
- Fizemos uma reunião com os trabalhadores nesta quinta-feira. Eles
disseram que estão sentindo o aumento da inflação. Uma cesta básica na
Bahia, com 12 produtos, está custando R$ 210. O Consórcio atendeu outros
pedidos importantes, mas esse é indispensável para os operários, que já
queriam entrar em greve. Contudo, gosto de trabalhar para buscar uma
solução que possa ser boa para todas as partes. Estamos esperando uma
posição na reunião marcada para a próxima terça-feira. Mesmo com a obra
estando 30% adiantada, não queremos que o Brasil passe um vexame
internacional – disse por telefone.
Mesmo com a obra estando 30% adiantada, não queremos que o Brasil passe um vexame internacional"
Adalberto Galvão, presidente do Sintepav-BA
Dentre as reclamações feitas pelos operários, estava o desvio de
funções dentro da obra, e eles não recebiam por isso – O Consórcio
reconheceu que 22 profissionais estavam sendo sobrecarregados. Além
disso, também não aprovavam a comida oferecida na hora do almoço.
Segundo Adalberto Galvão, a qualidade e a quantidade dos alimentos eram
bem diferentes no refeitório da administração. Outro ponto foi uma
recusa da empresa em liberar o acesso dos trabalhadores que chegavam
atrasados. Eles acabavam perdendo a diária.
Depois de uma reunião entre o Sindicado e a Fonte Nova Negócios e
Participações (FNP), os trabalhadores conseguiram a maioria das
reivindicações, mas faltou o aumento da cesta básica. Para Ney Campello,
Secretário do projeto Copa de 2014, os operários já receberam muitos
benefícios e não têm muito que reclamar. Mesmo considerando
desnecessário esse impasse, ele acha que um acordo será feito para que a
cidade não perca com uma possível greve.
- Estamos aguardando FNP (Fonte Nova Negócios e Participações SA.) se
pronunciar sobre o único ponto pendente (cesta básica). Mas é bom
lembrar que houve uma Convenção Coletiva em abril e tudo foi pactuado
com os trabalhadores para um valor de R$ 130. Torço muito para que o
problema seja acertado logo, mas temos que ter um cuidado no país para
que o calendário da Copa não nos torne reféns. Isso vai ser definido
ainda hoje. Acho possível que a FNP venha atender o pedido.
Fonte: GE